segunda-feira, 30 de maio de 2011

Na medida do impossível
descarto qualquer tipo de previsão
reconheço-me em cada espasmo de vida, em cada pedra,
em cada vento, em cada nuvem que me sento...

Em cada beco do meu peito
escrevo, em areias.
em cada beco nos meus becos
inscrevo-me involuntariamente
e sem querer tal como sem me impedir,
já disse o poeta
não mais escrevo
me deixo escrever...

Imarcescíveis

´... por cativa em seu destinozinho de chão, é que árvore abre tanto os braços.´

João Rosa












Busca um caminho a flor,
que nasce na rua,
que pisam pés.


quarta-feira, 25 de maio de 2011

terça-feira, 24 de maio de 2011

um começo

Tem dias em que viver dá sede.
faminto e cansado,

rabisco a erupção de um poema entranhado.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

“Querer o bem com demais força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por principiar.”
(Rosa, 1956, p.16)

sábado, 21 de maio de 2011

Os meios.

A mente humana há que ser revista.

Tudo o quanto nela cai,
deforma.

a arte atacou os sentidos.
as palavras construíram castelos:
tiveram filhos, inventaram medos.

cadê o chão que estava alí?

O amor mostra os caminhos,
e a viagem que se mostra chama.
e o fogo que engorda clama
por mais lenha, por mais corpo.
O meu não.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

sem título

Aquele menino, aquele homem,
anda à calçada da Avenida Paulista:
escurecida por sombras de arranhar céu.

Ele não é o único.

Vai o rio à mar,
fiorde provindo do extremo frio
entre colossos de rocha de ponta

Tudo aflui e não vaza.

E se ele não deu motivos ao som, ao céu, ao chão que soava e tremia?
E se não houve um sopro que anunciasse, uma placa?
O que acontece quando se entra pela via errada?
E se esse Cáucaso é uma rua sem saída?