segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Pelo mar movediço: o Dos-Acasos"


O que "me alegra montão",
é notar que ilha é ponto remoto
em mar que a envolve.
Porto de viajante.

Ilha é alegria e descanso;
intervalo entre expirar
e inspirar profundamente.
Vida em suspensão. Conquistas.

Alinhamos - em palavras - atrás de nós, todas as (antes desconhecidas) ilhas em que estivemos e o que vemos é a história que no mar nos escrevemos.

Mas ilhas são terra pouca
facilmente se esgotam.
Passadas viram referências,
continentes.

Crescer tem sido aprender a amar
e aceitar o mar:
o que me oferece a possibilidade de movimento.
Sei que "navegar é preciso" e vivo a imprecisão das ondas.
Colecionando ilhas de sensações e palavras, assujeitado
cultivo a nostalgia de ilhas em que talvez nunca tenha aportado.