sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Sozinho eu não me explico,
reflito e me complico.

A cada pulso,

                                                      palpito

Um rumo novo, um pouco grito

ecaiodenovo
neste abismo
que não tem fim,
mas tem amigos.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

hoje é Drummond quem fala por mim.

Ausência

"Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim."

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ao novo caderno

Linhas vazias se apresentam
e convidam.

Pouco dito
Tanto feito;
que despeito!

Treme um coração
em desespero abandonado.
Tremem-lhe as cordas
ao vento que envelhece.
Sua história vacilando
rabiscada pelos escapes
de desmemorias,
da linha quebrada.

Chega o tempo
de rever a frequência
e o uso
da palavra paixão.
E é chão
o que mais requer meu errar, coração.